sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Um castelo acabou de ruir
Um castelo acabou de ruir
Um castelo acabou de ruir
percebí pelos estrondos da revoada dos patos.
Um castelo acabou de ruir
ergam-se todas as espadas, liberem as naus e suas amarras
e deixem meu peito, meus ossos e sangue descansarem em paz.
Urge uma canção do bardo para esse momento
tirem os servos dos poços
e todos os cavaleiros juntem seus esforços
para resgatar meu corpo entre o pó e os escombros.
Um castelo acabou de ruir
quero só correr por aí
e cantar minha canção sem rima e métrica
aos quatro cantos do mundo
aos deuses da morte e da guerra
Devolvam-me meu peito
devolvam-me meu reino
este reino pequeno e sem jeito
alicerçado com os ventos do norte.
Um castelo acabou de ruir
assim como um riso acabou de fugir
uma aurora nasce com o porvir
quero minhas armas, cavalo e amada
quero o brilho de minha espada
quero meu castelo de bandeiras tremulantes
só não quero os fossos obscuros
só não quero cantos inseguros.
Um castelo acabou de ruir
tempo de limpar e semear o terreno
aliviar os tolos, resgatar os mortos
demarcar, projetar novos muros
entender o porque do escuro
e tocar uma canção suave em meu alaúde
erguer um novo castelo sem calabouços
onde eu possa apenas descansar.
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