terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Minha poesia






Minha poesia não tem rima


minha poesia sucumbe ao verso


e destroi a estrofe.


Minha poesia é livre e prima


gosta do oposto do reverso


e de tudo que se move.


Minha poesia fala de tudo


de minhas cores do mundo


fala por mim, já que sou mudo.


Minha poesia é de busca


é de quem se recusa


a poucas gotas de chuva.


Minha poesia é imatura


é desesperada e dura


como o cavaleiro da triste figura.


Minha poesia é de protesto


é de desespero, de insatisfação


é de ferida e de extrema-unção.


Minha poesia morre comigo


é meu legado e umbigo


dança desesperada em meu precipício.


Minha poesia é de desafio


de precipício e de arrepio


de desencanto e extravio.




Um comentário:

Christiane disse...

Uma poesia bem "plutoniana"...

Consigo sentir as palavras, vivo um momento semelhante.

Abraço.